terça-feira, 21 de julho de 2009

JERSEY: A RAÇA APROXIMA OS HOMENS

Desde a entrada da raça Jersey no Brasil, mais precisamente no Rio Grande do Sul, iniciou-se um processo de "aglutinação" dos interessados pela mesma. Curiosos, criadores, comerciantes, simples apreciadores, simpatizantes, enfim, todos aqueles de alguma forma atraídos pela pequena Jersey foram "se chegando".

Mostras e exposições foram organizadas, vendas nas fazendas e granjas, ou em leilões, tornaram-se realidade. Trocas, doações e empréstimo de touros foram realizadas, propiciando um grande melhoramento no gado "crioulo" existente no início do século XX.

E a Jersey formou um grande número de apreciadores, espalhados por todo o "pampa" e "serra" gaúcha, e no estado do Rio. A região de Pelotas, onde em 1948 foi fundada a associação gaúcha de criadores, concentrou a maior parte dos produtores de leite de jersey, principalmente pelas colônias de Morro Redondo, Monte Bonito, Arroio do Padre, Recanto dos Coswig, dentre outros, muitos hoje municípios, alem de Bagé, São Lourenço do Sul, Livramento e Canguçú.

Mas a expansão da raça, e dos relacionamentos por ela proporcionados, ultrapassou as fronteiras gaúchas e cariocas. Vários jersistas propiciaram essa expansão, mas não posso deixar de citar aquele gaúcho que, mudando-se para o estado de São Paulo, mais precisamente para o município de Avaré, executou um trabalho como nenhum outro: Antônio Carlos Pinheiro Machado (foto acima, em 1952 com a dupla campeã da Exposição Internacional de Pelotas).

Engenheiro Agrônomo por formação, herdou de seu pai um já excelente rebanho Jersey que, com sua inteligência e técnica, foi expoente nacional. Cabeça aberta, foi um dos primeiros a importar genética de alto nível da América do Norte, antes da Inglaterra, e da Dinamarca. Com sua bem estruturada emprêsa leiloeira, minou o interior de São Paulo com vendas de Jersey, sempre "angariando" novos adeptos, projetando a Jersey no cenário nacional de leilões com alta liquidez e altíssimas médias de venda.

Durante muitos anos, Pinheiro Machado conquistou os maiores prêmios no Rio Grande do Sul e em São Paulo, com destaque para os obtidos nas disputadas e qualificadas exposições de Pelotas e Menino Deus (RS), Água Branca, Água Funda e Avaré (SP), dentre dezenas de outras mostras.

Pinheiro, embora radicado em São Paulo, jamais deixou de lado sua "alma gaúcha", e das exposições de que participava lembro-me, com saudades, da euforia e alegria que êle e sua família a elas propiciavam.

Antônio Carlos Pinheiro Machado deve ser o único jersista vivo que acompanhou, e participou, da organização, da fundação e da evolução da Associação dos Criadores de Gado Jersey do RS, tendo julgado a Expointer (Esteio, RS) por seus atributos técnicos e admiração da parte dos jersistas gaúchos.

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