segunda-feira, 17 de setembro de 2012

JURADOS DA RAÇA JERSEY: Portaria 108/93 do MARA

Aspecto do Curso para Jurados realizado em 2000 durante a Expointer, do qual  sòmente um dos participantes foi credenciado, agora em agosto, os demais embora atuação em diversos julgamentos ainda não homologados

Na qualidade de presidente do Conselho Técnico da ACGJRGS (a quem cabe, estatutàriamente, a manutenção de quadro atualizado de jurados), e membro do Colégio de Jurados da Raça Jersey do Brasil (e seu coordenador nacional em 1998/99), sinto-me na obrigação de advertir a todos, jurados e diretores de Associações de Criadores de Gado Jersey (regionais e brasileira), para a injustiça que estão querendo cometer.

O DESCREDENCIAMENTO DE JURADOS COMPONENTES DE QUADROS OFICIAIS só pode ocorrer em duas situações: a pedido do próprio jurado ou como punição por falta grave (sujeita a ampla defesa administrativa).

Quem rege nosso Colegiado é o seu Regimento Interno, no www.blogdojerseyrs.blogspot.com (postado hoje) parcialmente exposto no assunto JURADOS. Este, por sua vez, está controlado pela Portaria 108/93 do MARA, abaixo reproduzida parcialmente no que se refere ao assunto em questão.


MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, DO ABASTECIMENTO E DA REFORMA AGRÁRIA - GABINETE DO MINISTRO - PORTARIA Nº 108, de 17 de março de 1993.

O MINISTRO DE ESTADO DA AGRICULTURA, DO ABASTECIMENTO E DA REFORMA AGRÁRIA, no uso da atribuição que lhe confere o Art. 87, parágrafo único, II, da Constituição da República, e considerando ser competência deste Ministério zelar pela qualidade genética e sanitária do rebanho nacional, fatores primordiais para o aumento da produção e produtividade da pecuária;

Considerando o disposto nos artigos 10 e 58 do Regulamento do Serviço de Defesa Sanitária Animal, aprovado pelo Decreto nº 24 548, de 03 de julho de 1934, RESOLVE:

Art. 1º Aprovar as Normas anexas à presente Portaria, a serem observadas em todo o Território Nacional para a realização de exposições e feiras agropecuárias, leilões de animais e para a formação de Colégio de Jurados das Associações encarregadas da execução dos Serviços de Registro Genealógico.

Art. 2º Delegar competência aos Secretários de Desenvolvimento Rural e da Defesa Agropecuária para baixarem as normas complementares que se fizerem necessárias.

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

LÁZARO FERREIRA BARBOZA

ANEXO NORMAS TÉCNICAS PARA ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DAS EXPOSIÇÕES E FEIRAS AGROPECUÁRIAS, LEILÕES RURAIS E DOS COLÉGIOS DE JURADOS DAS ASSOCIAÇÕES ENCARREGADAS DA EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS DE REGISTRO GENEALÓGICO.

CAPÍTULO III
DOS COLÉGIOS DE JURADOS

Art. 22. As associações Nacionais, detentoras de autorização para execução de registro genealógico, deverão criar seus Colégios de Jurados, segundo orientação técnica do Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária, conforme preceitua o Art.1º da Lei nº 4.716, de 29 de junho de 1965.

Art. 23. Os Colégios de Jurados, constituídos por Médicos Veterinários, Engenheiros Agrônomos ou Zootecnistas têm por objetivo proceder a inspeção zootécnica e julgamento de animais, em exposições e feiras agropecuárias, inclusive com vistas ao Registro Genealógico, bem como, inscrever os profissionais habilitados e expedir o respectivo credenciamento; fiscalizar o exercício da atividade do jurado, bem como denunciar à autoridade competente o fato que apurar e cuja solução não seja de sua alçada; deliberar sobre questões oriundas das atividades dos jurados; e realizar, periodicamente, reuniões para fixar e avaliar os trabalhos a seu cargo.

Art. 24. Os Colégios de Jurados serão supervisionados pelo Superintendente do Serviço de Registro Genealógico (SRG) de cada entidade e administrados por um Coordenador e um Adjunto, ambos jurados efetivos, indicados pelo Superintendente do Serviço de Registro Genealógico e nomeados por ato do Presidente da respectiva Associação.
Parágrafo único: O Coordenador e seu Adjunto exercerão suas funções durante o período de mandato da Presidência da respectiva Associação, podendo ser reconduzidos para o mandato seguinte.

Art. 25. O Conselho Técnico das Associações Nacionais de Criadores elaborará o Regimento Interno dos respectivos colegiados, definindo as atribuições dos jurados efetivos e auxiliares e, inclusive, critérios para julgamento, baseados em métodos e conhecimentos científicos atualizados, de modo a orientar os criadores no aprimoramento zoogenético dos rebanhos.
Parágrafo único: O Regimento Interno referido neste artigo será acompanhado de relação contendo o nome e qualificação do coordenador, do adjunto e dos jurados credenciados e somente entrará em vigor após a aprovação pelo órgão Técnico da Diretoria Federal do Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária, no Estado sede da Associação Nacional.

Art. 26. os jurados serão de duas categorias:
I - Jurado Efetivo;
II - Jurado Auxiliar.
§. 1º Os Jurados efetivos e os Jurados Auxiliares serão Médicos Veterinários, Engenheiros Agrônomos ou Zootecnistas no pleno exercício da profissão.
§. 2º Os Jurados Auxiliares poderão ser também acadêmicos dos dois últimos semestres do curso referente a uma das profissões mencionadas neste artigo, desde que regularmente matriculados.

Art. 27: Os Jurados Efetivos e Auxiliares serão credenciados pelo Presidente da respectiva Associação Nacional ou Brasileira.
§. 1º Na criação dos novos colégios de jurados ficará assegurado o credenciamento dos técnicos com efetiva atuação nos últimos três anos.
§. 2º O jurado credenciado só perderá o credenciamento quando cometer falta grave, devidamente comprovada em processo administrativo, assegurado amplo direito de defesa.

Art. 28: Os Colégios de jurados promoverão anualmente:
- cursos de atualização para jurados, principalmente em disciplinas de fisiologia, anatomia, nutrição, reprodução e genética de populações.
- cursos sobre julgamento e inspeção zootécnica, objetivando o registro genealógico e avaliação de animais em exposições e feiras agropecuárias.

Art. 29. Somente os jurados credenciados poderão atuar nos certames constantes do calendário oficial de Exposições e Feiras Agropecuárias, publicado pelo Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária.
§. 1º Os Jurados Efetivos só poderão proceder à inspeção zootécnica e julgar a raça ou grupo de raças para as quais estejam credenciados.
§. 2º As exposições classificadas como municipais ou regionais poderão excepcionalmente utilizar técnicos não credenciados, para os julgamentos dos animais expostos.
§. 3º A critério do Colegiado, em caráter excepcional, mas não permanente, poderá ser convidado a participar como jurado, pessoa de reconhecida capacidade e conhecimento zootécnico, desde que já venha julgando animais em exposições agropecuárias há mais de cinco anos.

Art. 30. Será obrigatório o comentário técnico em terminologia zootécnica adequada, após o julgamento de cada categoria.

Art. 31. A súmula oficial do julgamento identificará os animais premiados de acordo com a classe, categoria e sexo, e as classificações consignadas serão, obrigatoriamente, arquivadas no Serviço de Registro Genealógico da respectiva raça ou espécie, em condições de ser fornecida ao proprietário a qualquer tempo.

Art. 32. As peculiaridades de cada espécie ou raça, serão contempladas no Regimento Interno do Colégio de jurados, sem prejuízo do disposto nestas normas.

OBSERVAÇÃO: MATERIAL SOBRE OS ANTIGOS QUADROS DE JURADOS, SOBRE CURSOS OFICIAIS REALIZADOS, SOBRE REGIMENTOS INTERNOS DO COLÉGIO DE JURADOS, etc, ESTÁ SENDO ENVIADO A TODOS OS JURADOS DO BRASIL COM ENDEREÇO ELETRÔNICO CADASTRADO NAS ACGJB/ACGJRGS.

Veja mais sobre este assunto no www.blogdojerseyrs.blogspot.com , salientando que a TODOS OS JURADOS DA RAÇA JERSEY NO BRASIL .



segunda-feira, 18 de junho de 2012

I RECICLAGEM PARA JURADOS DE JERSEY NO RS

No organizado estábulo do Certon
Sábado, 16 de junho de 2012, foi realizado o I CURSO DE RECICLAGEM PARA JURADOS DA RAÇA JERSEY NO RIO GRANDE DO SUL, organizado e coordenado pelo Conselho Técnico da ACGJRGS. Compareceram 16 dos 20 componentes do atual Quadro de Jurados de nosso estado, alem de 5 assistentes convidados.
Discorrendo sobre novilhas e terneiras

Na primeira parte, o jurado e médico veterinário CLÁUDIO ARAGON explanou sobre METODOLOGIA DE JULGAMENTO, numa palestra muito interessante distribuída por e-mail para todos os jurados.

Aragon comparando Jersey e Holandêsa
Aragon, como é conhecido, hoje deve ser o mais solicitado jurado para a raça Jersey no RS, e no Brasil, muito elogiado pelo conhecimento demonstrado e agilidade na classificação. Sua formação na raça Jersey é excelente: alem de seus julgamentos e longo aprendizado principalmente no Canadá e EUA, acompanhando diversas das mais importantes exposições internacionais, simpática e comumente traduz as explanações nos julgamentos por estrangeiros no Brasil, sempre com boas conotações e palavreado técnico  entendido por todos. Sua palestra foi muito prática, com diversas comparações entre as raças leiteiras européias e asiáticas, e boa interação dos participantes. Terminada sua apresentação uma “mesa redonda” foi formada, tendo o engenheiro agrônomo Elton Butierres, destacado jurado e criador, feito a mediação.
Simulação de um julgamento de terneiras


Embora houvesse vacas em lactação, vacas secas, terneiras e tourinhos disponíveis para a demonstração prática, no final apenas uma simulação de julgamento foi realizada com terneiras pois, devido à humidade e chuvisco no início da manhã, a coordenação da reciclagem e a chefia do CERTON/EMBRAPA houveram por bem liberar os outros animais escolhidos.




Carreteiro com boa feijoada foi servido, farto/quente/saboroso, elaborado pela ótima equipe do CERTON/EMBRAPA chefiada por Darcy Bitencourt, primeiro vice-presidente da ACGJRGS.

A equipe do Certon

Jurados almoçando 

Outra mesa de jurados degustando

O gostoso e saudável cardápio



Parte dos assistentes, atentos
Na parte da tarde, o inteligente e nato zootecnista, jurado da raça Jersey e advogado José Guerra Mendina, apresentou sobre TERMINOLOGIA EM JULGAMENTO, distribuindo aos participantes uma interessante e meticulosa “apostila”, com os termos técnicos mais utilizados no julgamento da raça Jersey em português, inglês e espanhol. Sua narrativa foi precisa, e as interrupções e dúvidas obtiveram inteligente argumentação. Mendina, formado em direito,  é um zootecnista autodidata, com grande habilidade inata e trabalho prático no melhoramento de ovinos Corriedale, cães Collie, bovinos Holandês e Jersey, e eqüinos Crioulos.
O "zootecnista" José Guerra Mendina
Na raça Jersey sempre foi expoente, algumas vezes conquistando os mais importantes campeonatos em Esteio (Expointer e Expoleite), incluindo concursos leiteiros disputadíssimos: é um dos mais destacados preparadores e expositores. Grande conhecedor das mais importantes linhagens do Jersey mundial, após sua explanação diversos outros assuntos foram discutidos pelo “grupo”, ligados a julgamento, criação e associação de criadores, com mediação de Ângela Maraschin, jurada de Jersey, médica veterinária, e competente criadora. Sem dúvida, os jurados do Rio Grande do Sul tiveram um grande dia, participando intensamente das palestras.

Parte dos jurados presentes
Ficou claro que novos eventos, como este, deverão ser realizados, desde que a sua programação seja com bastante antecedência, sempre realizada em locais perto da maioria dos participantes, como ocorreu com este (80% eram da região sul).

Um agradecimento muito especial à Semex do Brasil, que propiciou a vinda de Cláudio Aragon (seu Diretor Técnico de Raças de Leite), acompanhado do simpático parceiro Giovani Pereira Fagundes (Gerente Comercial no RS/SC). Outro ao dr.José Guerra Mendina que, sem ônus para a ACGJRGS, alem de ministrar a segunda palestra distribuiu aos presentes seu importante e meticuloso trabalho, acompanhado pelo filho José Pedro (médico veterinário). Ao dr.Darcy Bitencourt que, alem de ceder o importante espaço do Certon-Embrapa, tão bem organizou a efetivação deste marcante evento, e à sua equipe de "gourmets (propiciando um almoço saudável, e de excelente paladar), o agradecimento do Conselho Técnico da ACGJRGS.

Quem participou:
JURADOS: Álcio Azambuja de Azambuja, Ângela Maraschin, Apes Roberto Falcão Perera, Artur Garcia Cademartori, Carlos Alberto Soares da Silva, Carlos Guilherme Rheingantz, Clarice Carriconde Fernandes, Clariton Tavares Dias, Elton Butierres, Fernando Müller, Francisco José Otto Coelho, Gerzy Ernesto Maraschin, José Antônio Ibañez de Lemos, José Guerra Mendina, José Flávio Vieira de Vieira e Roberto Nardi.

ASSISTENTES NÃO JURADOS: Helenice Gonzalez (vice-coordenadora da reciclagem), Giovani Fagundes, Lilian Müller, Tiago Storch, José Pedro Mendina e Darcy Bitencourt.

Quem faltou: Ana Maria Vasconcellos Osório, Carlos Alberto Petiz, Geraldo Brossard de Mello e Mário Sérgio Pizzarro Schuster.

Quer saber sobre o ENCONTRO DE JERSISTAS & SIMPATIZANTES NA CABANHA BUTIÁ? Acesse www.blogdojerseyrs.blogspot.com .

terça-feira, 12 de junho de 2012

SITIO DO CATIMBAU


A logomarca 


Em 1980 Jorge Roberto Christoffel Burck e Carlos Guilherme Rheingantz, inicialmente projetando para se instalarem em terras adquiridas no município de Pedro Osório (local Catimbau), formaram o Sitio do Catimbau. Na realidade, funcionou sempre em Morro Redondo, tendo a parceria durado até junho de 1984, mas vitoriosa destacou-se nas exposições e leilões em Esteio, Pelotas, Canguçú, Pedro Osório e Bagé.
Clariton T.Dias confirmando terneiras Catimbau, 1980





O “Sitio do Catimbau” teve como fundadoras matrizes da Cabanha Cascalho, já muito selecionadas, e outras fêmeas adquiridas nos leilões das exposições de Esteio e Pelotas, tais como Lena General Designer SJ, Licra de Santo Antônio (de Arno Ebling), 3V Loreta Mococa Generator (de Ney Maahs Ferreira), Rebeca 1ª de S.S.Antônio (de Ricardo Mariné, filha de uma F.C.B.), e todas as Jersey do criador pelotense José Antônio “Rosinha” da Rosa: Rose Mistral, Sanalem I Draconis da Cascata, Rolinha Normanthon, Wanléia da Leocardia, Cordélia Sultan da Leocardia e Corruira da Leocardia.

Compradas as vacas Mina, Seara de Santa Inácia, Carmem Silvia de Santa Inácia, Dona Marília Title MD, Dona Robléia Title M.D., Onça do Angico GG Silver Jay e Mineira Fernanda Queen Dalila, alem das excelentes de Renato Jayme Heinz: Amy (filha de Generator e Grande Campeã nas Expoleites de Esteio e Pelotas, 1984) e sua filha aspada Zorita (Reservada de Grande Campeã nas mesmas exposições).
Amy, filha de Generator

Diversas outras matrizes ofertadas em leilões oficiais nas exposições gaúchas eram arrematadas, assim como anualmente adquirido sêmen congelado dos melhores touros para leite e tipo disponíveis no mercado brasileiro, assim como de promissoras aventuras genéticas, principalmente de origem canadense.

           Dissolvida amigàvelmente a parceria, Jorge Burck passou a criar “solo” na propriedade que adquirira em Monte Bonito, Pelotas, e Carlos Guilherme continuou com sua Cabanha Cascalho.

            Em sua trajetória, encerrada por volta de 1993 com a venda de todos os animais durante a expo-feira de Pelotas, as Jersey CATIMBAU conquistaram prêmios e destaque em vendas nas exposições gaúchas em Pelotas, Pedro Osório, Canguçu e Esteio, alem de diversas outras em especial nos estados de Santa Catarina, Pernambuco, São Paulo e Minas Gerais, vencendo concursos leiteiros, grandes campeonatos, campeonatos e reservados de campeonatos, muitas vezes obtendo o título de Melhor Expositor e/ou Melhor Criador.
Catimbau Dacha J80 Generator Briar, uma grande campeã e reprodutora

A orientação dada para os acasalamentos sempre procurou aliar produção com qualidade, mantendo as características físicas desejáveis. As terneiras altas e longilíneas, angulosas, formavam boas vacas.

A diferença entre a “Jersey antiga” e a “Jersey do Catimbau”, pregado por seus proprietários, era:

ANTIGA: pequena vaca produtora do leite de melhor qualidade.
CATIMBAU: pequena vaca produtora de grande quantidade do leite de melhor qualidade.

Manejo simples

Alem de alta produção leiteira e qualidade do aparelho mamário, rusticidade, precocidade, fertilidade e longevidade foram os atributos das vacas escolhidas para a formação das linhagens Catimbau.

Animais muito estilosos manejados sem estabulação, as vacas ordenhadas recebiam complementação de ração e feno/silagem. Os terneiros, até seis meses, tomavam 5 litros de leite no balde, divididos em duas “refeições”, a partir do 3º dia de vida, na segunda semana passando para potreiros exclusivos recebendo, também, ração granulada à vontade e feno de gramíneas ou alfafa de qualidade. As novilhas, inseminadas pela primeira vez entre o 12º e o 18º mês de vida, alimentadas com pastagens e algum concentrado, raramento necessitavam de segunda inseminação. As vacas prenhes, manejadas a campo sem ração até os 60 dias anteriores ao parto, eram separadas do restante do rebanho e convenientemente arraçoadas.
Catimbau Camisola, vendida para Luis Ecktor San Juan, Pacesseter x Title


Atuação em pista

            As Jersey de afixo Catimbau venceram diversas exposições gaúchas, inclusive alguns campeonatos em Exposições Brasileiras na Água Funda-SP, com produtos seus expostos pelos felizes adquirentes. Diversos campeonatos, reservados de campeonatos, grandes campeonatos, reservados de grandes campeonatos e concursos leiteiros foram conquistado pelos animais CATIMBAU em Pelotas, Pedro Osório, Canguçu e Esteio. Melhor Expositor e/ou Melhor Criador, por diversas vezes, foram títulos merecidos nas regiões onde participavam.
Catimbau Embaixatriz, Midnight x Doris Master, alem de grande campeã foi a mãe  de Cascalho Kreta

Destacados clientes

Preços altos nos leilões em Pelotas, Esteio e São Paulo, com alguns recordes, foram conquistados pelos produtos CATIMBAU, destacados em diversos leilões realizados por todo o sul do Rio Grande do Sul, assim como em São Paulo e Minas Gerais.

Vendas particulares para gaúchos, catarinenses, paulistas, mineiros, candangos e pernambucanos, tendo como seus mais destacados compradores Antônio Carlos Pinheiro Machado (SP), José Ronald Bertagnolli (RS), Luis Ecktor de San Juan (SP), Oscar Welker Jr. (SP), Raul Luis Andrade de Carvalho (RJ), Anardino Costa (MG), Kemal Labaki (SP), Carlos Alberto Petiz (RS), Sérgio Guerra (PE), Pedro de Barros Mott (SP), Cezar W.Proença (SP), Antônio Maros (SP), João Souza (SP), Ricardo Mariné (RS), Domingos Trevisan (DF), José Geraldo  (DF), Manoel Acilo de Azambuja (RS), Arnildo Milech (RS), Marcos Pereira RS), Enedi Zanchetti (SC), Francisco Barbosa Coelho (RS), José Carlos e Maria Helena Souza (RS), Sérgio Neves (RS), Sérgio Fernandes (RS), Milton Leal Fernandes (RS), alem de muitos outros.

Alem das PO Catimbau, centenas de animais registrados mestiços e puros por cruzamento (originados das colônias de Pelotas, Pedro Osório e Capão do Leão) para todo o interior gaúcho, catarinense, paulista, cearense e mineiro, muitos deles em vendas oficiais efetuadas para o governo de São Paulo, de Santa Catarina, e do Rio Gande do Sul, visando o abastecimento aos pequenos produtores desses estados e aos programas dos “colonos sem terra”.
Jorge Burck (d) entrega lembrança ao jurado José Flávio Vieira, Esteio

sábado, 14 de abril de 2012

TOUROS: O FANTÁSTICO BRIGHT SPOT

Meadow Lawn Bright Spot 60D

             Um jovem touro de criação canadense, provado na mesma época que “JFD Title”, realmente influenciou o Jersey naquele país rumo a uma maior produção leiteira.
            Seu nome? Meadow Lawn Bright Spot 60-D, provàvelmento o melhor filho de Milestones Generator que, nos Estados Unidos, vários anos antes havia revolucionado a média de produção de leite norteamericana.
            Bright Spot vem de linhagem de vacas baseada em Marlu e Brampton. A mãe de Bright Spot, Kingshurst Zinnia’s Bright, foi classificada SUPREME EXCELLENTE 90%, com produção maxima aos 6 anos de 5.896kg de leite com 5,51% MG, e foi mãe do excelente Meadow Lawn J.Imperial, avó de Hollylane Renaissance.
                As filhas de Bright Spot são maiores que a média da raça, de estatura média, fortes e de grandes características leiteiras com excelente capacidade corporal; garupas boas com excelente abertura, úberes anteriores bem inseridos e os posteriores especialmente altos, e ligamento central forte. A média de produção delas era +16 para leite, + 9 para gordura (-0,26%), média de 5.215 kg de leite com 5,06% MG. Sua pontuação total era para tipo +13, para características leiteiras +12, para úbere anterior +9 e posterior +13. Enfim, um touro positivo para tudo. De três touros dos anos 70, “Title”, “Bright Spot” e “Jody”, provem praticamente todo o Jersey canadense da atualidade, sobre muitas filhas de Beauty Doris Master.

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quinta-feira, 22 de março de 2012

SITIO EL PASSO, UMA TRAJETÓRIA DE SUCESSO - II

Por seu idealizador , prof. Ayrton Raffi dos Santos


Na 26ª Expoutono de Pelotas, abril de 2005, os melhores do Jersey são do Sítio "El Passo" (Campeã Júnior, Reservada Campeã Júnior, Melhor Úbere da Exposição, Reservada de Grande Campeã e Grande Campeã). Na 79ª Expofeira de Pelotas: Reservada Campeã Júnior, 3ª Melhor Fêmea da Exposição, Reservada de Grande Campeã, Grande Campeã, Melhor Úbere da Exposição, Melhor Criador e Melhor Expositor. Em Canguçu, o hexa consecutivo:Campeã Júnior, 3ª Melhor Fêmea Júnior, 3ª Melhor Fêmea da Exposição, Grande Campeã, Melhor Úbere da Exposição e Melhor Expositor.
Em 2006, na 27ª Expoutono de Pelotas, o Sítio “El Passo” é o grande vencedor no Jersey, conquistando: 1º e 2º lugares no Concurso Leiteiro até 36 meses, Reservada Campeã Júnior, 3ª Melhor Fêmea Júnior, Grande Campeã, Reservada de Grande Campeã, Melhor Úbere da Exposição, Melhor Criador e Melhor Expositor. Em outubro os prêmios de destaque foram: Campeã Júnior, Reservada Campeã Júnior, Reservada Grande Campeã, 3ª Melhor Fêmea de Exposição, Melhor Criador e Melhor Expositor. Já em Canguçu, conseguimos a seguinte premiação de destaque: Campeã Júnior, Reservada Campeã Júnior, Reservada de Grande Campeã, Grande Campeã, Melhor Úbere da Exposição, 1º Lugar no Concurso Leiteiro até 36 meses, Melhor Criador, Melhor Expositor e o heptacampeonato.
A manchete do Diário Popular de março de 2007, alusiva à 28ª Expoutono de Pelotas, foi: CRIADOR DE PELOTAS CONQUISTA PRÊMIOS PRINCIPAIS (Grande Campeã, Reservada de Grande Campeã, 3ª Melhor Fêmea da Exposição). Na 81ª Expofeira de Pelotas, outubro de 2007, o Sítio “El Passo” foi premiado com: 1º Lugar no Concurso Leiteiro até 36 meses, 1º e 2º lugares no Concurso Leiteiro acima de 36 meses, Campeã Vaca do Futuro, Reservada de Grande Campeã, Melhor Expositor e Melhor Criador. Na 40ª Expofeira de Canguçu, tornamo-nos octacampeões (Grande Campeã, Reservada de Grande Campeã, 3ª Melhor Fêmea da Exposição, Campeã Júnior, Melhor Úbere da Exposição e Melhor Expositor).
Na 29ª Expoutono de Pelotas, 2008, o Sítio “El Passo” não conquistou nenhum dos principais prêmios, embora tenha classificado seus animais em várias categorias. Já na 82ª Expofeira de Pelotas, mais uma vez foi destaque, conquistando: Campeã Júnior, Grande Campeã, Reservada de Grande Campeã, 3ª Melhor Fêmea da Exposição, Melhor Úbere da Exposição, Campeã Leiteira acima de 36 meses, Melhor Criador e Melhor Expositor. Em Canguçu, na 41ª Expofeira, o eneacampeonato com os seguintes prêmios: Campeã Júnior, Grande Campeã, Reservada de Grande Campeã, 3ª Melhor Fêmea da Exposição, Melhor Úbere da Exposição e Melhor Expositor

O ano de 2009 foi espetacular, pois obtivemos destaque na 30ª Expoutono com a Grande Campeã, Reservada de Grande Campeã, Campeã Júnior, Reservada Campeã Júnior, Melhor Úbere da Exposição, Melhor Criador, 1º lugar Concurso Leiteiro até 36 meses, tendo como concorrentes Cabanhas que investem fortemente na raça. Já na 83ª Expofeira de Pelotas, aconteceu algo inédito, o Sítio “El Passo” conquistou todos os maiores prêmios: Grande Campeã, Reservada de Grande Campeã, Campeã Júnior, Reservada Campeã Júnior, 3ª Melhor Fêmea da Exposição, Melhor Úbere da Exposição, Campeã Leiteira até 36 meses, Melhor Expositor e Melhor Criador. Em Canguçu, no mesmo ano, durante a 42ª Expofeira, os prêmios conquistados foram: Campeã Júnior, Reservada Campeã Júnior, Grande Campeã, Reservada de Grande Campeã, 3ª Melhor Fêmea da Exposição, Melhor Úbere da Exposição e Melhor Expositor. O decacampeonato consecutivo!

Em 2010, na 31ª Expoutono, conquistamos: Campeã Leiteira até 36 meses, Reservada Grande Campeã, Grande Campeã, Reservada Campeã Júnior, 3ª Melhor Fêmea da Exposição, Melhor Úbere da Exposição, Campeã Conjunto Vacas Leiteiras, Campeã Conjunto Família, Melhor Criador e Melhor Expositor. Em outubro, na 84ª Expofeira/Pelotas,  repetimos a façanha dos últimos anos ficando com a maioria da premiação: Reservada Grande Campeã, Grande Campeã, 3ª Melhor Fêmea da Exposição, Campeã Júnior, Melhor Úbere da Exposição, Melhor Criador, Melhor Expositor, entre outros. Já em Canguçu, na 43ª Expofeira, o hendecacampeonato consecutivo: Campeã Júnior, Reservada Grande Campeã, Grande Campeã, 3ª Melhor Fêmea da Exposição, Melhor Úbere da Exposição, Melhor Criador, Melhor Expositor, Campeãs Conjuntos Família e de Vacas Leiteiras.
2011 começou com grande destaque na 32ª Expoutono de Pelotas: Reservada Grande Campeã, Grande Campeã, Campeã Vaca Seca, Melhor Criador e Melhor Expositor. Na 85ª Expofeira de Pelotas, após muita análise, coube ao Sítio “El Passo”: Grande Campeã, Reservada Grande Campeã, 3ª Melhor Fêmea da Exposição,  Melhor Úbere da Exposição, Melhor Expositor, Campeãs Conjuntos Família e de Vacas Leiteiras e Campeã Progênie de Mãe. Na 44ª Expofeira de Canguçú, outubro, o sucesso continuou: o 12º consecutivo Grande Campeonato, alem dos Reservada de Grande Campeã, Campeã Júnior, 1º Lugar Concurso Leiteiro até 36 meses, Campeãs Conjunto de Vacas Leiteiras, Campeãs Progênie de Mãe, Melhor Criador e Melhor Expositor.


Neste 2012 estamos trabalhando para manter a trajetória de sucesso até aqui alcançada, responsável pelos bons resultados conseguidos nas vendas de animais, propiciando aos compradores satisfação e grandes campeonatos (Fenasul, Fenasoja e Regionais). Mais investimentos na propriedade e, principalmente, em genética com a aquisição de sêmen dos melhores touros. A estrutura do nosso Sítio é bem funcional, mas necessita de mão-de-obra adequada ao manejo, muitas vezes dificultado pela falta de empregados com formação específica.

 Como criador posso dizer que tenho algum conhecimento sobre a raça jersey e aconselho a quem quiser criar jersey visitar criadores, ter bastante curiosidade nas informações e saber escolher qualitativa, e não quantitativamente, pois isso lhe dará sucesso no empreendimento. Persistência é de suma importância.
O Objetivo da produção leiteira do Sítio “El Passo” é um produto de excelente qualidade, e a criação de animais com tipo e produção, como exemplo a tetrecampeã Marvebê Furor del Passo.
Participo de eventos da raça jersey há mais de 20 anos, tornando esses momentos didáticos e de congraçamento, pois as exposições do jersey são “uma festa”. Valorizar e remunerar bem quem produz melhor é a forma mais justa e competente de serem tratados os produtores”.

Mais sobre Jersey?
Textos, fotos, sugestões e reclamações: cgrheingantz@gmail.com

quarta-feira, 14 de março de 2012

SITIO EL PASSO, UMA TRAJETÓRIA DE SUCESSO - I

Por seu idealizador , prof. Ayrton Raffi dos Santos

Tudo começou na década de 80, quando comprei uma fêmea mestiça da cabanha OPA OMA e levei-a para meu sítio localizado no Rincão do Andrade, 7º Distrito de Pelotas. Associei-me à Cosulati e passei a entregar leite.
Após alguns anos vendi a propriedade, mudando-me para o 9º Distrito de Pelotas, começando tudo outra vez: construções, rebanho, funcionários...
O afixo “El Passo” originou-se porque está localizada no Passo do Salso. 


Mas havia uma questão fundamental: como produzir leite com lucro, administrando à distância uma área de 11 hectares?
Decidi investir, e saí atrás de genética: José Guerra Mendina, RK, Cabanha Butiá, Cabanha Miraquiluna, Cabanha Cascalho, Virgílio Biesdorf, Elton Butierres, entre outros. Formada a base do plantel, iniciei uma série de acasalamentos acertados, sempre utilizando sêmen dos melhores touros ranqueados disponíveis no mercado.
Todos sabem que dirigir uma propriedade leiteira requer muito trabalho e bom assessoramento e, pensando nisso, contratei os serviços da Animal’s Policlínica Veterinária, dirigida pelos médico-veterinários Fadrique e André, competentes e dedicados profissionais que muito auxiliam no manejo dos animais, aumentando sua produção a baixo custo e alta qualidade. Aproveito, também, o apoio dos departamentos da Cosulati, a nossa cooperativa de produtores.



A nutrição dos animais recebe a maior atenção, e um amplo trabalho foi desenvolvido oferecendo alimentação de qualidade a custo reduzido, inclusive com a utilização de feno de Tifton em substituição ao de alfafa.
O manejo simples não causa estresse. As terneiras de zero a seis meses recebem 4 litros de leite/dia, ração especial à vontade, e feno de Tifton. Após o desmame, aos seis meses, passam o dia nos piquetes, sendo recolhidas à noite, quando recebem alimentação suplementar de acordo com a idade. As vacas em lactação, por ocasião da ordenha, recebem ração concentrada (fórmula especial) e, durante o dia, vão para a pastagem (de inverno e de verão, toda dividida com cerca elétrica). A média diária da produção de leite do Sítio é de 20 Kg/dia por vaca. 

O controle sanitário é bem rigoroso, tanto dos animais como do leite, passando por uma bateria de testes. As vacinas convencionais e específicas são aplicadas no gado com o detalhe das agulhas não serem compartilhadas entre os animais numa atitude higiênica e preventiva. As vacas secas também têm atenção especial por ser essa a melhor ocasião para reconstruir a saúde do úbere.

 





O Sítio “El Passo” utiliza ainda: semiconfinamento, resfriador a granel, controle leiteiro oficial, e a propriedade é controlada e isenta de brucelose e de tuberculose com trabalho realizado pelo médico-veterinário Renato Vianna.
A mão-de-obra é basicamente executada por pessoas da família, sendo os serviços do tambo coordenados por minha esposa Leni (Nenê). Os grandes campeonatos são conquistados através de genética e da preparação em casa, com o constante apoio da Nenê, da filha Márcia, do genro Aguinaldo, dos netos Thiago e Rafaela, e do pequeno grande homem Urubatan que fizeram, aos poucos, as conquistas do Sítio “El Passo” tornarem-se realidade.

A nossa trajetória em exposições começou em abril de 1991, quando participamos da Expofeira de Gado Leiteiro de Pelotas, com a fêmea mestiça Madalena del Passo (JM-4), que foi a Reservada Campeã de categoria. Nesse ano adquiri as três primeiras vacas PO, do condomínio Sérgio Abreu Neves e Filhos.
A cada ano, durante as exposições de que participava, aprendemos muito, até que em 1998 nossas “pequenas notáveis” (como são carinhosamente chamadas as vacas Jersey) venceram o concurso leiteiro nas duas categorias, com 51,700 e 75,000kg, respectivamente: foi um banho de leite em Pelotas.

Nosso verdadeiro sucesso em pista começou em 2000, quando conquistamos o Grande Campeonato e o Concurso Vaca do Futuro (Maritania Junde Del Passo), além de Campeã Júnior, Reservada Campeã Júnior e 3ª Melhor Fêmea da Exposição, sendo a cabanha mais premiada da raça Jersey. Em outubro vencemos o Grande Campeonato e o concurso leiteiro até 36 meses em Pelotas, e em Canguçu nossa foi a Grande Campeã, a Reservada de Grande Campeã, e o 1º lugar no Concurso Leiteiro até 36 meses.
Em abril de 2001, na 22ª Expofeira de Pelotas,obtivemos o título de Melhor Expositor, Reservada de Grande Campeã e de Reservada Campeã Júnior e, em outubro, o Reservado de Grande Campeã e Campeã Júnior. Em Canguçu fomos bicampeões: Grande Campeã, Reservada de Grande Campeã, 3ª Melhor Fêmea da Exposição e Campeã Júnior, fechando o ano com vacas entre as 10(dez) melhores produções leiteiras em exposições gaúchas, nas duas categorias, além da 1ª colocação no ranking dos expositores.

Na 23ª Expofeira de Pelotas, abril de 2002, fomos Melhor Expositor e Melhor Criador, conquistando em outubro, na 76ª Expofeira de Pelotas Campeã Júnior, 3ª Melhor Fêmea da Exposição, Campeã Leiteira até 36 meses e Melhor Expositor. Já em Canguçu, os prêmios de destaque foram: Grande Campeã, 3ª Melhor Fêmea da Exposição, Campeã Júnior, Melhor Úbere da Exposição, Melhor Criador e Melhor Expositor, assim tricampeões.
Em abril de 2003, na XXIV Expofeira de Gado Leiteiro de Pelotas, o Sítio “El Passo” foi premiado com Reservada Campeã Júnior, Reservada de Grande Campeã, Melhor Úbere da Exposição e Campeã Leiteira até 36 meses. Na 77ª Expofeira de Pelotas, outubro, fomos Campeã Júnior e 3ª Melhor Fêmea da Exposição. Em Canguçu, o tetra foi conquistado (Campeã Leiteira até 36 meses, Reservada Campeã Leiteira até 36 meses, Campeã Júnior, Reservada Campeã Júnior, Reservada Grande Campeã, Melhor Úbere da Exposição, Grande Campeã e Melhor Expositor).
Na 25ª Expoutono de Pelotas, abril de 2004, nossas eram a  Campeã Júnior, Grande Campeã, Melhor Úbere da Exposição e 1º lugar no Concurso Leiteiro até 36 meses. Em outubro do mesmo ano, na 78ª Expofeira de Pelotas, nossas eram: Grande Campeã, Reservada Grande Campeã, Melhor Úbere da Exposição e Campeã Júnior. Em Canguçu, maior premiado da raça Jersey e pentacampeão, o Sitio El Passo apresentou a Campeã Júnior, a 3ª Melhor Fêmea Jovem, a Campeã Leiteira até 36 meses, a Campeã Leiteira acima de 36 meses, a Reservada Campeã Leiteira acima de 36 meses, a Reservada de Grande Campeã, a Grande Campeã, a 3ª Melhor Fêmea da Exposição, o Melhor Úbere da Exposição. Conclusão: Melhor Expositor.

(segue na próxima edição deste blog)

segunda-feira, 12 de março de 2012

CABANHA CASCALHO

por seu proprietário, Carlos Guilherme Rheingantz


Sob o título CRIAR É FÁCIL E O LUCRO PAGA A CONTA, na revista A GRANJA (março de 1985), resumido foi publicado: “meio por brincadeira, o criador de Pelotas-RS, Carlos Guilherme Rheingantz, começou a criar Jersey em 1977. Meio por brincadeira porque os criadores de Holandês, em geral, desdenham da pequena vaca Jersey, e a família de Carlos Guilherme sempre foi tradicional criadora da raça Holandêsa há três gerações. Seu bisavô, o Cel.Pedro Osório (o maior ruralista gaúcho da sua época) já tinha Holandês nos seus campos na década de 30. O pai de Carlos Guilherme também se dedicou ao Holandês nos anos 60. Em 1972, Carlos Guilherme começou com o Holandês e, em 77, introduziu o Jersey no seu rebanho, por brincadeira e também por incentivo do técnico Flávio Abrantes, da associação gaúcha de criadores da raça. Ele colocou o Jersey em campos altos, e o Holandês em campos de várzea. Em 1980, Carlos Guilherme tinha 50 vacas Holandêsas e 50 jersey. Em 1980/81, cada vaca Jersey produzia 15 litros de leite por dia, enquanto as Holandêsas 25 litros, mas a conclusão do criador foi de que a Jersey levava vantagem sobre a Holandêsa, em termos de produção econômica, porque mesmo com menor produção diária a receita do leite pagava toda a despesa da raça, enquanto que a Holandêsa não, isto acontencendo porque a raça Holandêsa é bem mais dispendiosa em alimentação e assistência veterinária, alem da Jersey ter uma reprodução bem mais fácil do que a Holandêsa.... Na bacia leiteira de Pelotas, 90% dos criadores trabalham com gado Jersey, em pequenas propriedades, o que dá uma maior importância à raça, enquanto a Holandêsa está nas mãos de grandes proprietários que, geralmente, não são apenas produtores de leite...”

As primeiras Cascalho, boas e rústicas

Em 1977 por insistência de meu amigo e técnico da ACGJRGS, engºagrº Flávio Abrantes, adquiri alguns exemplares Jersey em Esteio: da Cabanha da Serra/Fernando Carúccio (Rosa Roseira Sultan da Serra e Rosaliane Eliane Zago da Serra), e do Sitio da Florida/Elton Butierres (Rosa Sinbad da Florida e Honorato Sinbad da Florida, irmãos inteiros). A criação de Jersey, afixo Cascalho, iniciou em campo por mim adquirido em Morro Redondo, então distrito de Pelotas, com área inicial de 51 ha. Foi montada uma boa infraestrutura com dois silos trincheira, uma modesta e higiênica sala de ordenha com equipamento Manus de balde ao pé, cerca de 25 potreiros separados por aramado de 4 fios e/ou cerca elétrica, uns com pastagem artificial e outros melhorados em seus pastos nativos, construída a taipa de um bom açude, adquirido equipamento completo para fenação e silagem, etc, tudo com um empréstimo hipotecário junto à Caixa Econômica Estadual para pagar em 10 anos com 1 de carência.

No ano seguinte comprei durante a Exposição de Pelotas a vaca Katita da Perpétua (criação de Paulo W.Mascarenhas) do João Laranjeira Filho, e de Nilo Chagas de Azambuja adquiri 5 terneiras em Esteio, alem da novilha Dona Sirley Generator DN de Valdir e Varlete de Nardi. Em julho havia nascido o primeiro produto PO, de nome “Cascalho Arga J01 Sultan Hércules”, posteriormente vendida para Sérgio Neves.



O autor cumprimentando o jurado Antônio Soares
Formado em agronomia no final de 1971, em janeiro do ano seguinte passei a administrar a Fazenda Cotovêlo, com orientação de Antônio Rocha da Rosa, diretor da firma Cel.Pedro Osório S.A. e sobrinho do Cel.Pedro Osório, dele recebendo ensinamentos sobre a raça Holandêsa e sua comercialização. Na parte de seleção, meu professor foi o saudoso Antônio Soares e Soares, veterinário e único pontuador brasileiro dessa raça até os anos 80.  Mas os maiores ensinamentos adquiri de meu pai que, desde o início da década de 1960, recebia e interpretava os Sire-Summaries dos EUA, lendo-os e consultando-os frequentemente, escolhendo os touros de quem importaria sêmen, pois em 1957 já praticava a inseminação artificial. 
Cascalho Helena, vários grandes campeonatos e o segundo
maior preço em leilão de Esteio, US$ 13.800,00


Cascalho Kreta, a vaca mais premiada da Cabanha, com
7 Grandes Campeonatos e vencedora de diversos
concursos leiteiros

Na expo-leite de Esteio (1979), de José Moura de Souza arrematei três vacas: Chiquinha de Santa Catarina, Wanderléia Highfield da Cascata, e Dona Varlete Cedro DN. Neste mesmo ano Manoel Acilo de Azambuja vendeu-me as novilhas Caraúba do Angico JG Generator e Delta do Angico CM Designer, alem das excelentes “vacas velhas” FCB Sapeca e FCB Camiseta (do inesquecível plantel da Fazenda Cinco Cruzes-Bagé).

A utilização dos melhores touros americanos, canadenses e ingleses, era orientada pelos Sire Summaries de Jersey, por mim semestralmente recebidos dos EUA e Canadá, assim como por discussão com os grandes melhoradores Ney Mahas Ferreira, Antônio Carlos Pinheiro Machado, José Ronald Bertagnolli e, em especial, pela D.Quinquinha de Assis Brasil (que sabia muito!!!).

Em 1987, o touro CASCALHO HITLER 7 BRIAR MASTER foi alugado à CRIA, para coleta de sêmen e distribuição aos criadores gaúchos, posteriormente vendido para o criador Luis Hecktor San Juan, de São Paulo. Antes, foi realizada uma coleta de seu sêmen, pela CENTRAL RIOGRANDENSE DE INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL-CRIA, para uso na cabanha.

Em 1990, numa parceria de risco com o carioca Raul Luis Andrade de Carvalho, e com os veterinário Cláudio Pimentel (MSc) e Vilceu Bordignon (hoje MSc),  na Cabanha Cascalho iniciamos um programa de “coleta e transferência de embriões”, com a utilização das minhas melhores linhagens de fêmeas, usando os mais destacados touros canadenses, americanos e ingleses. Nesta parceria, Raul Luis participou com as despesas financeiras principalmente para a compra dos insumos, eu com as doadoras, receptoras e o sêmen congelado, Pimentel e Bordignon com a execução técnica. No primeiro ano houveram alguns problemas de infra-estrutura que, a partir do segundo, foram solucionados. E a produção de embriões foi muito eficiente, com as doadoras e receptoras transferidas para as instalações que Cláudio Pimentel havia montado próximo à entrada para a cidade de Capão do Leão.

            Em outubro de 1996 foi ao ar o site particular da Cabanha Cascalho, competentemente elaborado pela agência pelotense Matita Perê, de meu estimado e competente sobrinho Cláudio Burck, visando apresentar os objetivos de minha seleção e orientar aos jersistas no manejo e reprodução de seus plantéis.

Em 25 de março de 2000, no meu único leilão particular e com a participação das cabanhas convidadas Pedra D’Água (Maria Helena e José Carlos Pereira de Souza), Sanga Preta (de José Fernando Quadros de Leon), e Sitio da Capela (de Carlos Alberto Teixeira Petiz), sob o martelo competente dos irmãos André e Rodrigo Crespo, ofereci filhas de Quicksilver Magic of Ogston, Master C Tops, Mayfield Volunteer, Huronia J.Galaxi, Milestone Generator, J.S.Q.Royal, S.P.Legend, Top Brass, Grove Gemini, Imperial, JIS Juno, Narrator, Tormentor, Barber, Lester, Sooner, Chaparral, Opportunity, Senator e Brass Dollar, com venda total da oferta. Os destaques ficaram por conta da descendência direta das principais matrizes da cabanha, a saber: Cascalho Kreta 46 FM Legend (8 vezes grande campeã e vencedora de 3 concursos leiteiros, inclusive em Esteio, e maior preço no leilão da Expoleite 93), Cascalho Helena 10 Spot Magic (vários grandes campeonatos, e preço recorde para animais solteiros na Expointer 92, US$ 13.800), e Catimbau Duda J76 Licra Máster (vários campeonatos e concursos leiteiros, e grande produtora de embriões).

Instalada desde o início em Morro Redondo, a Cabanha Cascalho prosperou até o ano de 2002 quando, devido à baixa qualidade de suas terras, falta de água para irrigação, e retração no valor de venda de gado leiteiro, tornou-se econômicamente inviável, tendo sido seus últimos 30 ventres vendidos para Marcos Pereira (Bagé) e Enedi Zanchetti (SC).

Quer saber mais sobre a raça Jersey? acesse http://www.blogdojerseyrs.blogspot.com/  e http://www.jerseyrs.br.com/ .