sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

CARACTERES SUB-LETAIS NA RAÇA JERSEY

foto: para termos vacas normais, devemos conhecer os
possíveis defeitos.

Quando a morte costuma ocorrer durante o desenvolvimento extra-uterino devido à fraqueza, ou moléstia que a acarrete, denomina-se de semi-letal, ou sub-letal, aos fatores determinantes de tais anomalias.

Diz-se sub-letal, tambem, de um gene ou aberração cromossômica cuja presença no genótipo, seja no estado homozigótico ou heterozigótico, segundo o caso, não sendo estritamente incompatível com a sobrevivência, com o crescimento, ou com o desenvolvimento embrionário, mas diminuindo consideràvelmente a probabilidade de que se completem estes processos biológicos.

São os seguintes os caracteres sub-letais identificados na raça Jersey:

1. ACONDROPLASIA: um tipo não letal de acondroplasia, conservando-se os animais magros e de pelo arrepiado devido a distúrbios metabólicos.

2. AUSÊNCIA DE TETAS: úbere deformado com uma só teta do lado esquerdo. Recessivo.

3. CASCOS ESPARRAMADOS: causando dor quando o animal caminha, obrigando-o a andar de joelhos. Recessivo.

4. CATARATA CONGÊNITA: recessivo.

5. CAUDA TORTA: cauda torta para um lado. Recessivo.

6. EXTRABISMO: nascem normais mas, entre 6 e 12 meses, começam manifestações de estrabismo. Recessivo.

7. JOELHOS FLEXIONADOS: o terneiro tem dificuldade em manter-se em pé. Recessivo.

8. MICROMELIA ACONDROPLÁSTICA: mandíbula inferior imperfeita, dificultando o pastoreio, podendo causar encurtamento dos membros. Recessivo.

9. NANISMO: os bezerros nascem normalmente, tornando-se retardados após os 12 meses de idade. É um nanismo proporcionado.

10. QUARTELAS DOBRADAS: os animais andam sobre o joelho. Recessivo.

OBSERVAÇÕES:

A- RECESSIVO: diz-se de um gene cuja presença no genótipo modifica o fenótipo apenas na ausência do alelo dominante; esse caráter aparece sòmente quando o gene está no estado homozigótico (puro), ou seja, presente nos dois cromossomas homólogos; no caso de genes ligados ao sexo, no estado homozigótico, isto é, presente no único cromossoma X do sexo hetergamético.

B- DOMINANTE: diz-se de um alelo ou, por extenção, de um caráter finotípico que êle determina, quando há dominância.

C- DOMINÂNCIA: tipo de interação de dois genes alelos em que um é qualificado de dominante, e o outro de recessivo, levando do heterozigoto a um fenótipo mais ou menos semelhante ao homozigoto para o alelo dominante.

Para quem não acessou, em edição anterior tratei sobre os CARACTERES LETAIS.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

CARACTERES LETAIS NA RAÇA JERSEY




Fatores letais são aqueles que determinam a morte prematura do indivíduo, podendo verificar-se em qualquer período do desenvolvimento, desde o ovo até o pós-nascimento, devido a determinados defeitos de organização; não devem ser considerados como letais os que determinam a inviabilidade dos gametas, que são fatores de esterilidade. Mais recentemente, Stockar define de letal o que determina a morte de certas porções do organismo, como dos nervos por exemplo, e não do organismo todo.


São os seguintes os caracteres letais identificados na raça Jersey:

1- Acondroplasia, ou Bezerro Buldogue - gem recessivo: mostra cabeça espessa, curta e, muitas vezes, apresenta hérnia, com pouco ou nenhum defeito nos membros. Os bezerros podem viver algumas horas.

2. Agnatia, possìvelmente o mesmo que ancilose - provàvelmente gem recessivo ligado ao sexo: mandíbula curta ou ausente, fenda palatina, ligeira hidrocefalia, podendo ocorrer abosto aos 75 dias (constatado em machos).

3. Epiteliogênes imperfeita - gem recessivo simples: pele defeituosa sobre as partes inferiores dos membros e membranas mucosas da boca e narinas; orelhas e cascos deformáveis, largas regiões em pelos sobre o corpo,; nasce a termo, mas morre de septicemia como resultado de uma invasão bacteriana.

4. Espasmos - gem recessivo: os bezerros aparentemente normais pouco depois de nascerem mostram contrações espasmódicas, morrendo com poucas semanas.

5. Espasmos congênitos: movimentos espasmódicos no plano vertical do pescoço e cabeça, morrendo em poucas semanas.

6. Ictiose congênita: movimento espasmódicos no plano vertical do pescoço e cabeça, morrendo em poucas semanas.

7. Reabsorção fetal: vários estágios de massas decompostas em apenas ossos ou múmias secas. Modo de herança não definitivamente conhecido.


Cabe aos criadores, quando ocorrer algum desses efeitos em animais de seu rebanho, comunicar à sua Associação de Raça, para que os pais possam ser cadastrados e observados. Devem, tambem, evitar adquirir sêmen, ou touros, cuja presença de tais defeitos já tenha sido detectada.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

TOUROS DA RAÇA JERSEY VIII - JFD TITLE (EX)




SUA EXCELÊNCIA, J.F.D.TITLE (EX): Title, um dos melhores raçadores jersey, nasceu em setembro de 1972, alcançando o auge da fama na década de 1980.


Filho de Nancy's Sleeping Advancer (Ex 95%) e Milestone Bas Patience (Ex 93%, produção de 17.426 libras de leite com 5,3% gordura aos 5 anos, em 365 dias), é neto paterno de Advancer Sleeping Jester (Ex92%) e Nancy Prince Molly (VG, produção de 15.747 libras de leite com 4,67% gordura aos 6 anos, em 305 dias). Do lado materno, é neto de Marlu Milestone (Ex 92,5%) e Beacon Bas Patience (Ex 94%, produção de 21.024 libras de leite com 5% de gordura aos 6 anos, em 365 dias).


Os dados acima já bastam para qualificar esse grande reprodutor. Mas suas filhas controladas provam que, alem de tudo, foi Title um dos maiores melhoradores: positivo em tudo para tipo, salientando-se serem suas filhas altas, angulosas, com aparelho mamário excelente (úbere anterior, posterior e ligamento central), ótimas patas e pernas, sendo tambem positivo para produção de leite (+7) e gordura (+0,05%).


Por isso, e muito mais, foi um dos touros mais usados no Canadá e nos EUA, sem falar em nosso país quando, com Doris Master e Bright Spot, dominaram a inseminação por um longo período, deixando a marca de sua estrutura em muitos rebanhos destacados.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

98ª de BAGÉ, A MAIS ANTIGA EXPOSIÇÃO ESTADUAL DO RS

foto: Antônio Karan com sua Querencia M.Bonita, 1998


O julgamento da raça Jersey, nesta tradicional exposição, esteve a cargo do catarinense Enedi Zanchetti, um dos grandes conhecedores da raça, e um de seus criadores de destaque. Os principais resultados foram (os que estão em branco não constavam da súmula enviada para a ACGJRGS, e poderão ser completados se os dados oficiais nos forem enviados, assim como fotos da mostra, para o e.mail carlosguilherme@ruaxv.com):

Grande Campeão:
Reservado de Grande Campeão:

Grande Campeã: box 0067 - Eduarda Just Wait Nogueira Montanhês, Cab.da Maya
Reservada de Grande Campeã: box 0064 - Sienna Jade Nogueira Montanhês, de Cab.da Maya
3ª Melhor Fêmea:

Campeã Júnior:
Reservada de Campeã Júnior:
3ª Melhor Júnior: box 0055 - Premissa Tradition do Embu, de Marinho Lopes de Oliveira

Concurso leiteiro até 36 meses (4x):
1º - box 0042, Duartina 71 Brazo Calipto, de Artur Spenst, com 64,05 kg
2º - box 0043, Dirce 69 Geronimo Calipto, de Artur Spenst, com 53,800 kg
3º - box 0048, Dora Mecca do 5 Salsos 701, de Estancia Cabanha Cinco Salsos, com 51,000 kg

Concurso leiteiro acima de 36 meses (4x):
1º - box 0062, Barosa Rocket Calipto, de Artur Spenst, com 78,350 lg
2º - box 0069, Arrayan 85A W.M.Sarita, de Elizabeth Martins Terra, com 61,550 kg
3º - box 0063, Bia Leka Valentin Sankarina 197, de Cab.da Maya PAP, com 60,300 kg

Participaram os seguintes expositores: Antônio Karan,Artur Spenst, Cabanha da Maya PAP, Cabanha da Maya TNT, Estancia Cabanha Cinco Salsos, Elizabeth Martins Terra, Gerda Ebert Enns, João Manuel S.Vieira, Manoes Acilo A.de Azambuja, Masria Rossaura A.de Azambuja, Rodrigo Cappioti Obino e Vinicius Pedro Perleberg.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

TOUROS DA RAÇA JERSEY VII - Quicksilver Magic of Ogston


QUICKSILVER MAGIC OF OGSTON
Este foi um dos grandes reprodutores da raça Jersey, deixando uma das melhores linhagens em termos de produção leiteira, aliada a um bom tipo. Em 1980 foi o terceiro em TPI (índice para tipo e produção) na raça, com 286 pontos. Suas filhas são altas, com muito boas características leiteiras, pernas fortes e garupas largas, úberes posteriores altos e largos, e anteriores bem aderidos, com ótimo tamanho e posição das tetas, embora o suporte central tenda a ser fraco. Em julho de 1986 suas 4.523 filhas controladas produziram 12.789 libras de leite, com 4,8% de gordura, com diferença prevista para leite de +906 libras e repetibilidade de 99% (USDA Sire Summary), mas negativo para proteina (-0,08%). Na mesma data, para tipo foram avaliadas 2.301 filhas, com PDT +0,01 e PTI +182.
Magic, como é conhecido no meio jersista, é filho de SS Quicksilver of Fallneva e Brigham Vol.K.T.Dor of Ogston (aos 6,3 anos produziu em 305 dias 15.960 libras de leite com 4,5% de gordura). Do lado paterno, é neto de Secret Signal Observer e bisneto de Welcome HL Torono.
Quicksilver Magic of Ogston foi um dos touros mais utilizados no Brasil, assim como o seu filho mais importante e filho da vaca Highland Generator o Delores (EX 90%): o já lendário Highland Magic Duncan.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

TOUROS DA RAÇA JERSEY VI - Advancer Sleeping Jester


ADVANCER SLEEPING JESTER "E95"

Este touro foi, sem dúvidas, um dos grandes modernizadores da raça Jersey. Suas 425 filhas controladas produziram média de 9.399 libras de leite com 5,2% de gordura; das 783 filhas avaliadas para tipo, com pontuação média de 86,5%, 101 foram classificadas EX.



Filho de Jester Standart Advancer e Princess Sleeping Beauty, dentre seus notáveis filhos e netos estão Doris Master, Master Pal, Master Monarch, Advancer S.Milestone, Topaz, Extra Mile, Pacesseter, Vaucluse S.Surville, Jody's Imperial Surville, JIS Juno, Imperial, Galaxy, Great, Last Chance, Title e Grand Slam.


terça-feira, 14 de setembro de 2010

TOUROS DA RAÇA JERSEY V - A-Nine Top Brass


























A-NINE TOP BRASS

+1219M +0,01% F -0,09% P


Top Brass, como é conhecido no meio jersista, foi um dos maiores expoentes norte-americanos da década de 1980.

A American Breeders Service - ABS, responsável pela comercialização do sêmen deste fantástico touro em todo o mundo, dentre os milhares de touros que passaram por suas instalações construiu apenas duas lápides marcando os locais onde foram enterrados os grandes exemplares: o Jersey TOP BRASS, e Holandês SWD VALIANT.

Desde a primeira edição da revista "The Jersey Bulletin" (outubro de 1883), hoje denominada "Jersey Journal", apenas 4 edições especiais foram dedicadas a touros famosos, quais sejam: Milestones Generator (1986), SS Quicksilver of Fallneva (1979), Observer Chocolate Soldier (1982), e A-Nine Top Brass (1989).

Top Brass foi criado, e apareceu, exatamente como os geneticistas planejaram, e "o fruto não caiu longe do pé": produto da combinação do sangue dos três maiores touros da época (Milestones Generator, Observer Chocolate Soldier, e HL Torono Secret Orator), descende de uma família iniciada em 1949 no excelente rebanho Brigham com a vaca Sybil Owl FAustine que, quatro gerações depois, produziu a mãe de Top Brass.


GENERATORS FAUSTINI OF OGSTON, qualidifacada EX 93%, mãe de Top Brass, produziu aos 6 anos, em 295 dias (2 ordenhas diárias) expressivos 28.560 libras de leite com 4,6% de MG (1.302 libras de gordura). A família Acomb, proprietária do rebanho A-Nine, tradicional criadora da raça Holandêsa, adquiriu esta vaca em 1971 no Pot O'Gold Sale pois, no seu entendimento, uma filha de Generator e neta materna de Orator com aquela qualidade leiteira era raridade.

Os novos proprietários de Faustini não tiveram dúvida em planejar seu acasalamento com Observer Chocolate Soldier, uma vez que este touro era reconhecidamente um expoente da raça. Em sua primeira cria, produziu um terneiro que morreu precocemente e, apesar de muito desaconselhados, continuaram insistindo nessa combinação por julgar o touro "o ideal" para gerar um produto superior: as estatísticas daquela época indicavam, como resultante dessa combinação genética, um pedigree de alto nível para produção, alem do fato de Faustini ter sido classificada EX-93% para tipo contribuindo com uma carga genética para ótima conformação.


Em 03 de agosto de 1977 nasceu aquele que foi considerado "o melhor touro da década de 1980" e, aos 11 meses de idade, Top Brass foi adquirido por um sindicato de criadores encabeçado pela ABS por US$ 12,500.


Desde a publicação de sua primeira prova estatística, em julho de 1982 com 27 filhas controladas em 20 rebanhos, já se delineava uma excelência genética que viria a ter grande impacto na formação do Jersey moderno e, ao longo de sete anos, Top Brass ocupou posição de destaque entre os quatro primeiros touros americanos para produção e tipo (PTI), tendo permanecido durante 11 provas consecutivas como primeiro ou segundo colocado dentre todos os reprodutores ativos nos EUA. Até hoje, dentre suas 11.754 filhas controladas em 1623 rebanhos, cerca de 70 encerraram lactações com produção acima de 20.000 libras de leite e 1.000 libras de gordura (cerca de 31.200 kg de leite de 1.560 kg de gordura).


O que mais impressionou em Top Brass foi a capacidade de imprimir acentuada característica leiteira e alta produção em sua progênie, e excepcional qualidade de úbere (melhor touro para úbere da década de 1980).


Top Brass foi um excelente pai de touros, com mais de 1400 filhos registrados na AJCC, fato na época só superado por seu avô Milestones Generator.


Valedictorium e Top Rosanne, filhas de Top Brass, foram recordistas em preço de venda em leilão, alcançando as cifras de US$ 75 mil e US$ 36 mil, respectivamente, sendo o último valor referente a 50% das cotas da fêmea sindicalizada.


(adaptado da tradução de Willian L.Labaky, criador e juiz da raça Jersey)

sábado, 4 de setembro de 2010

TOUROS DA RAÇA JERSEY IV: MELHORAMENTO



















Foto: o primeiro produto originário de inseminação artificial no Rio Grande do Sul, talvez no Brasil, LORD CAMPEÃO DA CERÂMICA, do saudoso Arno Brauner - 1958


Estamos constantemente tentando maior rentabilidade procurando vacas longevas e de alta produção, selecionando aquelas de bom tamanho e capacidade corporal suficientes para "suportar" grande volume de alimento transformando-o, economicamente, em leite e proteína.


Normalmente as jersey mais produtivas têm pouca aptidão para a engorda, mas outras características são selecionadas visando a melhoria de seu manejo funcional. A resistência do indivíduo é importante, possibilitando-lhe uma longa vida produtiva sem maiores desgastes, assim produzindo mais em sua vida útil.


Produção e tipo são os objetivos reais de uma boa seleção, e os melhoristas não podem se esquecer disso. O melhoramento dos rebanhos é um verdadeiro "jogo de adaptações", sendo importante a adequação dos animais à região onde serão criados, à raça escolhida, e aos métodos de reprodução a serem utilizados de acordo com a natureza das pastagens, com os recursos forrageiros, com o clima, e com o sistema de exploração (intensivo ou extensivo).


A opção pela categoria de criador que se pretende ser, industrial (leiteiro) ou melhorista (cabanheiro), é um dos fatores fundamentais. A escolha da raça Jersey é bem fácil, pois as diversas linhagens de alta produção e de grande porcentagem de sólidos totais oferecem-nos vacas de excelente capacidade corporal, e longevidade històricamente reconhecida. Suas funcionalidade leiteira e adaptabilidade aos climas extremos (muito frio e muito calor), aliadas à alta precocidade e fertilidade, são completados com a grande facilidade na transformação de volumosos em leite. São vacas de beleza e harmonia fenotípica atrativas que suportam períodos adversos e alimentação deficiente sem perder, contudo, sua alta fertilidade.


Abaixo, os métodos de reprodução existentes:


1- Consanguinidade: é o acasalamento de indivíduos da mesma família;


2- Seleção: é o acasalamento de indivíduos da mesma raça;


3- Cruzamento: é o acasalamento de indivíduos de raças diferentes;


4- Mestiçagem: é o acasalamento de mestiços (produtos do cruzamento);


5- Hibridação: é o acasalamento de espécies diferentes, normalmente gerando produtos estéreis.


As mais importantes linhagens de Jersey podem ser observadas nos "Sire Summary" dos EUA, Canadá, Dinamarca, ou nas edições especializadas da ACGJB, do Reino Unido, da Nova Zelândia. As empresas comerciantes de sêmen congelado tambem costumam publicar catálogos informativos, distribuindo-os entre seus clientes e associações de raça. Herdabilidade é a capacidade de transmissão de determinada característica à descendência, variando de 0% até 100%. Quanto mais alto o percentual, mais rápida a provável melhora na descendencia de determinado touro. Se for negativo, significa que aquela característica piora as filhas do touro em questão.


As possibilidade de melhoramento das características de tipo são as que seguem:


1- Melhoramento rápido (acima de 30%): pontuação final (31%), altura (47%) e úbere anterior (37%)


2- Melhoramento moderado (de 20% a 30%): aparencia geral (29%), capacidade corporal (27%), sistema mamário (22%), úbere posterior (28%), suporte do úbere (21%), tetas (22%) e patas (28%)


3- Melhoramento lento (de 10% a 19%): temperamento leiteiro (19%), cabeça (17%), parte anterior (17%), linha superior (18%) e garupa (14%)


4- Melhoramento muito lento (até 10%): qualidade de úbere (9%) O tipo é mensurável através de uma classificação, a pontuação, enquadrando as jersey em diversas classes mediante os pontos alcançados numa escala com limite de 100.


Uma das mais importantes informações aos melhoristas é aquela denominada "aAa", sigla de Association Animals Analysis, mostrando ordenalmente as características de tipo que cada touro mais melhora expressas em até 6 algarismos conforme a seguir:


1- aptidão leiteira


2- estatura e velocidade de crescimento


3- ossatura estreita e delicada


4- vigor, força, aprumos saudáveis e corretos


5- características leitiras, harmonia e leveza


6- tipo considerando exposição


A produção leiteira, quantitativa e qualitativamente (percentual de proteína e de gordura) é perfeitamente mensurável, possuindo herdabilidade satisfatória, e tem um grande valor econômico.

TOUROS DA RAÇA JERSEY III - OBSERVER CHOCOLATE SOLDIER



OBSERVER CHOCOLATE SOLDIER nasceu em abril de 1962, filho de Secret Signal Observer e Chocolate Tristam May.


Hoje tido como um dos GIGANTES da raça Jersey, até os 6 anos de idade apresentava cerca de apenas 20 filhas com lactação controlada, divide com Milestones Generator e SS Quicksilve of Fallneva a supremacia de uma grandiosa geração norte-americana de Jersey.


Herdando de seu pai a falta de beleza racial, sua cabeça era mais própria para a raça Brown Swiss, eternizou-se pelas qualidades transmitidas à sua descendência de fêmeas extremamente femininas e leiteiras, e de machos altamente raçadores.


Sua história começa com a visita realizada por técnicos da Cia.Eastern de Inseminação Artificial à fazenda High Lawn, em novembro de 1961, quando a proprietária Mrs.Wilde chamou-lhes à atenção para a vaca Chocolate Tristam May (estava com prenhêz de Secret Signal Observer, um de seus touros favoritos). O pedigree do produto desse acasalamento não era típico para os padrões usuais da Eastern na raça Jersey, mas o famoso Welcome High Lawn Torono estava presente na linha paterna, e a materna era composta pela família May (uma das mais apreciadas pelos técnicos daquela companhia).


Convencidos da importância da utilização do resultado daquele "casamento", se fosse macho, para futura coleta de sêmen, aos 6 meses de idade o terneiro Observer Chocolate Soldier foi adquirido por US$ 1,500.00 e, ao chegar à companhia, entrou nas rotinas de testes e exames clínicos, sendo seu sêmen inicialmente distribuído a partir de setembro de 1963 com pouca receptividade.


Aos 6 anos de idade, algumas informações ficaram disponíveis, mostrando a produção de suas filhas uma grande superioridade sobre a média nos EUA, embora as poucas informações sobre tipo declararem "aprumos e linha de dorso não muito desejáveis".


De temperamento intranquilo, em dezembro de 1971 Chocolate Soldier rasgou o nariz com a argola de contenção, alguns meses depois aparecendo com inflamação nos testículos e edema escrotal. A qualidade de seu sêmen ficou prejudicada para congelamento, e aos 11 anos de idade foi sacrificado. O segundo lote de suas filhas completou o controle leiteiro em julho de 1973, pouco depois do sacrifício deste grande touro, num relatório de 27 lactações encerradas mostrando uma superioridade de +900 libras de leite sobre a média americana.


A grandeza racial e a história da raça Jersey criada por Chocolate Soldier tem sido reconhecidas, levando-nos a refletir sobre a necessidade da introdução sistemática de novos touros nas provas de progênie e sua manutenção pelo menos até a obtenção de informações confiáveis sobre sua performance.


(adaptado de artigo de Willian Labaki do jornal Jersey em Notícias)

quinta-feira, 8 de julho de 2010

TOUROS JERSEY II - SS QUICKSILVER OF FALLNEVA



S.S.QUICKSILVER OF FALLNEVA


"artigo de Willian H.Labaki (titular do criatório Jersey-Land, e membro do Colégio de Jurados da Raça Jersey no Brasil), publicado na revista JERSEY Nº 2 em dezembro de 1988".


Por uma ironia do destino, o velho "Quicksilver", pai de memoráveis raçadores como Magic, Beacon, Stardust Gemini, Royal, etc, e avô paterno do touro com o maior índice para produção e tipo (PTI) do criatório americano, o já famoso "Duncan", foi um reprodutor subestimado para a sua época.


Tivesse a AJCC - American Jersey Cattle Club - desenvolvido o controle estatístico para atipo e produção alguns anos antes, muito provàvelmente a verdadeira grandeza genética de Quicksilver teria sido reconhecida mais precocemente, e a raça Jersey poderia ter experimentado um progresso ainda maior nas duas últimas décadas.


Nascido em 26 de agosto de 1960, sòmente em maio de 1977, com 2980 filhas controladas em 500 rebanhos, é que sua inacreditável mas real qualidade foi, finalmente, admitida. Na ocasião, Quicksilver acusou uma prova de +1.021 lbs para leite e +67 lbs para gordura, com 99% de repetibilidade.


Segundo Miss.Erika Crear, uma estudiosa criadora de jersey do estado de Nova York e fã incondicional da corrente sanguínea com origem neste magnífico touro, o desinteresse inicial demonstrado pelos criadores americanos na utilização mais intensiva do sêmen de Quicksilver deve-se, bàsicamente, ao fato que até 1977 sua capacidade de transmissão de tipo superior ficou perdida no velho sistema de avaliação, através do qual procedia-se à mera listagem das médias classificatórias das filhas dos diversos touros.


Assim, uma vez que pelo antigo método inexistia uma correlação estatística entre tipo e produção e, tambem, pelo fato de se ter utilizado Quicksilver em grande parte como padreador de vacas comerciais, o que deu a suas filhas uma média classificatória não tão expressiva (83% em 1972) foi que sua popularidade como potencial pai de tourors para inseminação artificial ficou inicialmente comprometida.


Por outro lado, nesse mesmo período, grande ênfase foi dada à melhoria dos níveis de produção do rebanho Jersey americano, onde os touros eram frequentemente avaliados em função de diferenças para leite (PDM). Neste sentido, a exemplor de seu irmão paterno Observer Chocolate Soldier, cujas provas inicicias para produção eram, tambem, modestas, Quicksilver perdia terreno para aquele que foi seu maior rival ao longo de toda a sua vida: o grande Generator, que já demonstrava sua qualidade leiteira através de suas excelentes filhas.


Foi em junho de 1978 que a AJCC publicou seu primeiro e histórico SUMARIO DE DIFERENÇAS PREVISTAS PARA TIPO, em cuja seção 2 aparecia uma listagem de 3.676 touros classificados, agora sim, por um índice que relacionava tipo funcional com lucratividade por produção. E foi aí que Quicksilver alcançou seu ponto mais alto, com o índice +279, superado apenas pelo seu primeiro filho provado, o touro Willrich Mercury, que apresentou o TPI +281. Logrou atingir a notável marca +1.17 para classificação final para tipo. Havia passado 17 anos desde o seu nascimento e, àquela altura, Quicksilver não mais existia, seu sêmen era escasso e, portanto, fora do alcance do médio criador.


Assim, em contraste com outros touros que tiveram muitos de seus filhos provenientes das melhores raças da América testados precocemente, sòmente alguns poucos filhos de Quicksilver encontraram o caminho da prova estatística até o final da década de 1970.


De todos os jovens reprodutores descendentes de Quicksilver o melhor, com o maior índice para lucratividade (PD$), e número UM para PTI em 1977, foi o já menciodado Willrich Mercury que, tràgicamente, carregava de sua mãe uma anormalidade genética recessiva transmissível, o que mais uma vez limitou a influência de Quicksilver nos anos seguintes.


Mais recentemente, como resultado de seu acasalamento com vacas de altos índices, começaram a aparecer descendentes superiores deste magnífico touro, como os citados na introdução deste artigo, os quais têm demonstrado a exceleência de seu potencial genético tanto nos EUA como no Canadá. Definitivamente, hoje Quicksilver é considerado um grande pai de touros e um dos pilares americanos da raça.


Podemos imaginar, entretanto, qual teria sido o impacto no desenvolvimento da raça Jersey, a nível mundial, caso os indiscutíveis méritos deste esplêndido animal tivessim sido identificados alguns anos mais cedo.


A década de 1970 pertenceu a Generator. E os anos 80, a quem pertencem: Chocolate Soldier, Quicksilver Magic, Top Brass ou Magic Duncan???


De qualquer forma, muito obrigado SS Quicksilver of Fallneva!!!!

terça-feira, 15 de junho de 2010

TOUROS JERSEY



Em 1989, obra deste autor, foi editado pela ACGJRGS o livreto "AS PRINCIPAIS LINHAGENS DE TOUROS DA RAÇA JERSEY", baseada nos principais touros, abaixo descritos, e sua grande descendência com os testes de progênie nas respectivas épocas, que poderá ser melhorada, corrigida, ampliada, mediante a colaboração documentada dos "experts", técnicos ou não, sobre linhagens e melhoramentos na raça jersey.

O touro-base de cada linhagem está com seu nome destacado, precedido de um número de ordem; seus descendentes estão identificados pelo número de ordem do pai seguido do número de ordem dos filhos, dos netos, e assim por diante.

Na citada obra é chamada a atenção para o fato de a consanguinidade estreita, principalmente realizada por criadores não devidamente esclarecidos, geralmente leva à diminuição de produção e ao aparecimento de defeitos congênitos no rebanho a curto, médio ou longo prazo.



Os touros considerados como base no trabalho são os seguintes:

1. Advancer Sleeping Jester

2. Marlu Milestone

3. Observer Chocolate Soldier

4. S.S.Quicksilver of Fallneva

5. Favorite Secret Triumph

6. Favorite Advancer Tristram

7. Gramhill Leader Sophia Sanson

8. Schultz Performing Legend

9. Master Milestone C

10. Reglis Premier Dent

11. Etta Star Master

12. Noblemans Lotus Designer

13. Favorite Banner

14. L.C.Master Prince

15. H.L.Torono Secret Orator



Nos próximos blogs, será considerado cada touro-base e sua descendência podendo, à medida que o trabalho avançar, ocorrer alteração na numeração.