terça-feira, 10 de novembro de 2009

JERSEY: UMA VOLTA AO PASSADO

FOTO: aspectos da visita ao Castelo em 1996, ano do centenário da introdução da raça Jersey no RS/Brasil, também num encontro de criadores (arquivo CGR).

JERSEY: VISITA ÀS ORIGENS BRASILEIRAS

Com Sede em Pelotas desde sua fundação em 1948, a Associação de Criadores de Gado Jersey do RS está cumprindo sua programação para o corrente ano com uma visita à origem da criação brasileira da raça Jersey, em Pedras Altas, e uma das maiores exposições da raça em Pedro Osório/Cerrito, no final de novembro.

As últimas exposições de Jersey no Rio Grande do Sul foram muito bem sucedidas, iniciando o semestre com a Expointer-Esteio, seguindo-se depois as ranqueadas de Alegrete, Santa Maria, Pelotas, Bagé, Canguçu, alem de diversas outras com destaque para as de Rio Grande e São Lourenço do Sul.

Neste final de semana, no encontro bienal de criadores, em Pelotas, haverá recepção no dia 13 (sexta) com café colonial às 19 h na sua Sede Social no Parque Ildefonso Simões Lopes; para sábado, 14, está programado o Encontro Técnico (08:30 h), onde serão tratados diversos temas (controle leiteiro, pontuação, progressão PC-PO, e exposições). Às 12:30h churrasco, prosseguindo com discussão sobre os rumos da ACGJRGS (tema livre, 14:30 h). À noite, jantar para o encerramento dos debates e discussões.

Domingo, dia 15, visita ao medieval Castelo de Pedras Altas, origem da raça Jersey no Brasil, num leve retorno ao passado. Perfeita réplica de castelos europeus, arquitetado e construído em pequena escala por Joaquim Francisco de Assis Brasil, político e diplomata gaúcho dos mais destacados no século passado, e visionário agropecuarista. Para isso, haverá um micro-ônibus da Associação, com almoço opcional durante a visitação. Quem quizer pode ir de carro. Maiores informações poderão ser obtidas junto à Secretaria da ACGJRGS (53-32233919), com Leila ou Vinicius.

Para quem não sabe: a raça Jersey foi introduzida no Brasil em 1896, por Joaquim Francisco de Assis Brasil, em sua propriedade de Ibirapuitan. Adquiriu a Granja de Pedras Altas em 1904 mas, ausente em função do serviço diplomático, Assis Brasil sòmente iniciou a contrução de seu Castelo em 1908. Na Granja com duas quadras de sesmaria foram estabelecidas as raças bovinas Jersey e Devon, as eqüinas Árabe, Percheron e A.B. (ainda em formação), alem da ovina Romney Marsh. A sua ”casa de moradia” foi construída toda em granito róseo, desde seus alicerces até a última “ameia”, com janelas e portas externas de aço, sem ter sido utilizado um único tijolo, nem um prego, nem uma cunha de madeira. Às suas 33 peças originais acham-se num andar subterrâneo e em três torres; foram posteriormente incorporados uma grande biblioteca, na época abrigando mais de 20 mil volumes, e uma quarta torre. Isso, e as demais instalações, poderão ser visitadas neste domingo, inclusive as primeiras instalações hidráulicas para banheiros de que se tem notícia.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

JERSEY BRASILEIRO: OS PRIMEIROS JURADOS OFICIALIZADOS

foto: o grande jurado Anardino Costa, não zootecnista, em Pelotas 1990.


Antes de a ACGJB organizar seu quadro de jurados, apenas o Rio Grande do Sul possuia um corpo de jurados formalmente constituído, salientando que predominavam jurados formados na área de zootecnia (agrônomos e veterinários), mas com vários "experts"em julgamento, notáveis criadores, suas decisões, de modo geral, muito boas.

Conforme dados na ACGJRGS, foram três as relações oficiais, a saber:


I CORPO DE JURADOS DA RAÇA JERSEY, 03 de dezembro de 1962, gestão Arno Brauner:

dr.Heraclides Santa Helena, eng.agr.
dr. Antônio Corrêa Gomes, criador
D.Joaquina de Assis Brasil, criadora
dr.Antônio Carlos Pinheiro Machado, eng.agr.
dr.Flávio Abrantes, eng.agr.
dr.Osciro Bender, eng.agr.
sr.Mário Mendes de Mattos, criador
dr. Thomaz Dalton, criador
dr.Luis Carlos Pinheiro Machado, eng.agr.
dr.João Alves Osório, criador
dr.Carlos Alberto Vianna, eng.agr.


II QUADRO DE JURADOS DA RAÇA JERSEY NO RS, dezembro de 1984, gestão José Moura de Souza: a relação originalmente oficializada foi rasurada, ficando muitos nomes ilegíveis, na gestão de Paulo de Tarso Quintana, mas com a seguinte composição parcial:

Antonio Carlos Pinheiro Machado, eng.agr.
Antônio Corrêa Gomes, criador
Antônio Souza S.e Soares, med.vetº
Arthur Cademartori, medº vetº
Carlos E.Q.da Rosa, medº vetº
Carlos G.Rheingantz, engº agrº
Elton Adão Butierres, med.vet.
Euzébio Pereira Neto, medº vetº
Fernando Carúccio, criador
Fernando Müller, criador
Flávio Abrantes, eng.agr.
Gerzy E.Maraschin, engº agrº
Gil Greque Dias, criador
Idália T.Mascarenhas, criadora
João Alves Osório, criador
João Manoel S.Vieira, medº vetº
João Salvador Jardim, engº agrº
Jorge Roberto C.Burck, criador
José Flávio V.de Vieira, medº vetº
José Ronald Bertagnolli, eng.agr.
Laudo Nunes e Nunes, eng.agr.
Luiz Carlos de A.Boehl Fº, criador
Manoel Acilo A.de Azambuja, criador
Mário Mendes de Mattos, criador
Mário R.Larangeira, criador
Mauro Eichller, engº agrº
Ney Maahs Ferreira, criador
Nilo Chagas de Azambuja, criador
Osciro Bender, eng.agr.


III QUADRO DE JURADOS DA RAÇA JERSEY NO RS, 27 de marco de 1987, gestão Carlos Alberto T.Petiz:
Antônio Souza S.e Soares, vetº
Apes R.Falcão Perera, engº agrº
Arthur Cademartori, medº vetº
Carlos A.Teixeira Petiz, engº agrº
Carlos E.Q.da Rosa, medº vetº
Carlos G.Rheingantz, engº agrº
Clariton Tavares Dias, medº vetº
Clayrton E.Marques, medº vetº
Euzébio Pereira Neto, medº vetº
Fernando Carúccio, criador
Fernando Müller, criador
Flávio Oedman, medº vetº
Gerzy E.Maraschin, engº agrº
Gil Greque Dias, criador
Idália T.Mascarenhas, criadora
João Manoel S.Vieira, medº vetº
João Salvador Jardim, engº agrº
Jorge Roberto C.Burck, criador
José Flávio V.de Vieira, medº vetº
Luiz Carlos de A.Boehl Fº, criador
Manoel Acilo A.de Azambuja, criador
Mário R.Larangeira, criador
Mário S.Pizzarro Schuster, med.vet.
Mauro Eichller, engº agrº
Ney Maahs Ferreira, criador
Nilo Chagas de Azambuja, criador
José Ronald Bertagnolli, engº agrº


Custa-me acreditar que o Ministério da Agricultura proiba o julgamento em exposições por jurados experientes de comprovado conhecimento, embora sem curso superior na área de zootecnia. Convenhamos: o julgamento de classificação é apenas uma comparação entre os animais em pista concorrentes em cada categoria e campeonato, sem qualquer influência técnica de seus resultados nos testes de progênie. Muitos dos jurados canadenses, americanos e ingleses que aqui atuam, e atuaram, em importantes exposições nacionais não possuem tal formação, sendo apenas práticos, chegando a ministrar cursos oficiais em e para nosso país.

Já no caso dos técnicos de registro, e dos pontoadores, que executam uma avaliação do fenótipo de cada animal em relação ao padrão racial em vigor, e cujo registro será indispensável para os testes de progênie, aí sim a qualificação e formação profissional a nível superior é nescessária. No Brasil, por exemplo, a ACGJB oficializou três pontuadores, numa única vez, dentre diversos participantes. Seria importante revisar se todos, de fato, preencheram os requisitos e obtiveram a aprovação de seus "professores": há dúvidas. E deixar de lado a desqualificação de muitos de nossos bons jurados brasileiros, pela tentativa de, egoìsticamente, reduzir o quadro de competência da ACGJB.

JERSEY: DE ÁGUA FUNDA AO CASTELO

foto: encontro de criadores em 1996

Pois é, estamos em plena Exposição Nacional da Raça Jersey em São Paulo, no excelente rescinto de Água Funda (a grande sucessora de Água Branca), onde algumas das melhores criações de Jersey do Brasil, e do mundo, apresentam alguns de seus destaques.

Falo em algumas porque, como todos sabem, diversos criadores de todos os estados brasileiros, em especial os pequenos, há muitos anos deixaram de participar dessa que é, sem dúvida, uma das maiores e melhores exposições mundiais. Lembro-me, ainda no passado recente, de mostras nacionais com mais de uma centena de expositores, alguns com apenas um, dois ou três exemplares, mas satisfeitos de poder mostrar à comunidade jersista seus produtos, e a sua existência como criador. Lembro-me, com alegria, de momentos de euforia demonstrados por criadores brasileiros quando, em sua categoria ou campeonato, o representante de sua cabanha recebia um primeiro lugar, ou um campeonato, ou até uma roseta de Menção Honrosa em categorias com dezenas de participantes. Lembro-me, com satisfação, da sensação que os pequenos expositores tinham ao comercializar seu animal nos, antes, participativos e representativos Leilões das Exposições Nacionais. Lembranças estas, gostaria de enfatizar, que de modo algum desmerecem aos atuais eventos nacionais, mas que se continuassem a se concretizar, dariam sem qualquer dúvida um grande exemplo de participatividade, de força, nesta nossa explêndida raça.

Ao mesmo tempo, em Canguçú-RS, a cerca de 70 km de Pelotas, e pertencente à chamada "bacia leiteira de Pelotas", o prof.Carlos Alberto Silva estará julgando uma tradiconal exposição com cerca de 120 exemplares jersey, alguns com a mesma qualidade daqueles que estarão na Água Funda, outros melhores, outros mais fracos. Mas pertencentes a criadores que têm, na jersey, o seu sustento familiar.

E mais: encerram-se dia 4 de novembro as inscrições para o "4º Encontro de Jersistas do RS", ao valor de R$ 20,00 (vinte reais) por participante maior do que 12 anos. Na programação, consta tambem uma visita ao Castelo de Pedras Altas (opcional), com taxa de R$ 18,00/pessoa excluido o almoço, que custará R$ 25,00/cada. Para quem não quiser ir em seu veículo, haverá um micro-ônibus com capacidade para 22 pessoas, ao custo total de R$ 480,00. A programação formal será a que segue:
dia 13/nov - coquetel de boas vindas, 19 h.
dia 14/nov - encontro técnico (controle leiteiro, pontuação e progressão PC-PO, e Exposições), a partir das 08:30 h; apresentação de assuntos do Conselho Técnico pela sua Presidente Helenice Gonzales às 11:00h; churrasco às 12:30h; discussão sobre os rumos da ACGJRGS (tema livre) a partir das 14:30h; carreteiro no jantar, às 20h.
dia 15/nov - visita ao Castelo Assis Brasil, saida 07:30h