segunda-feira, 18 de junho de 2012

I RECICLAGEM PARA JURADOS DE JERSEY NO RS

No organizado estábulo do Certon
Sábado, 16 de junho de 2012, foi realizado o I CURSO DE RECICLAGEM PARA JURADOS DA RAÇA JERSEY NO RIO GRANDE DO SUL, organizado e coordenado pelo Conselho Técnico da ACGJRGS. Compareceram 16 dos 20 componentes do atual Quadro de Jurados de nosso estado, alem de 5 assistentes convidados.
Discorrendo sobre novilhas e terneiras

Na primeira parte, o jurado e médico veterinário CLÁUDIO ARAGON explanou sobre METODOLOGIA DE JULGAMENTO, numa palestra muito interessante distribuída por e-mail para todos os jurados.

Aragon comparando Jersey e Holandêsa
Aragon, como é conhecido, hoje deve ser o mais solicitado jurado para a raça Jersey no RS, e no Brasil, muito elogiado pelo conhecimento demonstrado e agilidade na classificação. Sua formação na raça Jersey é excelente: alem de seus julgamentos e longo aprendizado principalmente no Canadá e EUA, acompanhando diversas das mais importantes exposições internacionais, simpática e comumente traduz as explanações nos julgamentos por estrangeiros no Brasil, sempre com boas conotações e palavreado técnico  entendido por todos. Sua palestra foi muito prática, com diversas comparações entre as raças leiteiras européias e asiáticas, e boa interação dos participantes. Terminada sua apresentação uma “mesa redonda” foi formada, tendo o engenheiro agrônomo Elton Butierres, destacado jurado e criador, feito a mediação.
Simulação de um julgamento de terneiras


Embora houvesse vacas em lactação, vacas secas, terneiras e tourinhos disponíveis para a demonstração prática, no final apenas uma simulação de julgamento foi realizada com terneiras pois, devido à humidade e chuvisco no início da manhã, a coordenação da reciclagem e a chefia do CERTON/EMBRAPA houveram por bem liberar os outros animais escolhidos.




Carreteiro com boa feijoada foi servido, farto/quente/saboroso, elaborado pela ótima equipe do CERTON/EMBRAPA chefiada por Darcy Bitencourt, primeiro vice-presidente da ACGJRGS.

A equipe do Certon

Jurados almoçando 

Outra mesa de jurados degustando

O gostoso e saudável cardápio



Parte dos assistentes, atentos
Na parte da tarde, o inteligente e nato zootecnista, jurado da raça Jersey e advogado José Guerra Mendina, apresentou sobre TERMINOLOGIA EM JULGAMENTO, distribuindo aos participantes uma interessante e meticulosa “apostila”, com os termos técnicos mais utilizados no julgamento da raça Jersey em português, inglês e espanhol. Sua narrativa foi precisa, e as interrupções e dúvidas obtiveram inteligente argumentação. Mendina, formado em direito,  é um zootecnista autodidata, com grande habilidade inata e trabalho prático no melhoramento de ovinos Corriedale, cães Collie, bovinos Holandês e Jersey, e eqüinos Crioulos.
O "zootecnista" José Guerra Mendina
Na raça Jersey sempre foi expoente, algumas vezes conquistando os mais importantes campeonatos em Esteio (Expointer e Expoleite), incluindo concursos leiteiros disputadíssimos: é um dos mais destacados preparadores e expositores. Grande conhecedor das mais importantes linhagens do Jersey mundial, após sua explanação diversos outros assuntos foram discutidos pelo “grupo”, ligados a julgamento, criação e associação de criadores, com mediação de Ângela Maraschin, jurada de Jersey, médica veterinária, e competente criadora. Sem dúvida, os jurados do Rio Grande do Sul tiveram um grande dia, participando intensamente das palestras.

Parte dos jurados presentes
Ficou claro que novos eventos, como este, deverão ser realizados, desde que a sua programação seja com bastante antecedência, sempre realizada em locais perto da maioria dos participantes, como ocorreu com este (80% eram da região sul).

Um agradecimento muito especial à Semex do Brasil, que propiciou a vinda de Cláudio Aragon (seu Diretor Técnico de Raças de Leite), acompanhado do simpático parceiro Giovani Pereira Fagundes (Gerente Comercial no RS/SC). Outro ao dr.José Guerra Mendina que, sem ônus para a ACGJRGS, alem de ministrar a segunda palestra distribuiu aos presentes seu importante e meticuloso trabalho, acompanhado pelo filho José Pedro (médico veterinário). Ao dr.Darcy Bitencourt que, alem de ceder o importante espaço do Certon-Embrapa, tão bem organizou a efetivação deste marcante evento, e à sua equipe de "gourmets (propiciando um almoço saudável, e de excelente paladar), o agradecimento do Conselho Técnico da ACGJRGS.

Quem participou:
JURADOS: Álcio Azambuja de Azambuja, Ângela Maraschin, Apes Roberto Falcão Perera, Artur Garcia Cademartori, Carlos Alberto Soares da Silva, Carlos Guilherme Rheingantz, Clarice Carriconde Fernandes, Clariton Tavares Dias, Elton Butierres, Fernando Müller, Francisco José Otto Coelho, Gerzy Ernesto Maraschin, José Antônio Ibañez de Lemos, José Guerra Mendina, José Flávio Vieira de Vieira e Roberto Nardi.

ASSISTENTES NÃO JURADOS: Helenice Gonzalez (vice-coordenadora da reciclagem), Giovani Fagundes, Lilian Müller, Tiago Storch, José Pedro Mendina e Darcy Bitencourt.

Quem faltou: Ana Maria Vasconcellos Osório, Carlos Alberto Petiz, Geraldo Brossard de Mello e Mário Sérgio Pizzarro Schuster.

Quer saber sobre o ENCONTRO DE JERSISTAS & SIMPATIZANTES NA CABANHA BUTIÁ? Acesse www.blogdojerseyrs.blogspot.com .

terça-feira, 12 de junho de 2012

SITIO DO CATIMBAU


A logomarca 


Em 1980 Jorge Roberto Christoffel Burck e Carlos Guilherme Rheingantz, inicialmente projetando para se instalarem em terras adquiridas no município de Pedro Osório (local Catimbau), formaram o Sitio do Catimbau. Na realidade, funcionou sempre em Morro Redondo, tendo a parceria durado até junho de 1984, mas vitoriosa destacou-se nas exposições e leilões em Esteio, Pelotas, Canguçú, Pedro Osório e Bagé.
Clariton T.Dias confirmando terneiras Catimbau, 1980





O “Sitio do Catimbau” teve como fundadoras matrizes da Cabanha Cascalho, já muito selecionadas, e outras fêmeas adquiridas nos leilões das exposições de Esteio e Pelotas, tais como Lena General Designer SJ, Licra de Santo Antônio (de Arno Ebling), 3V Loreta Mococa Generator (de Ney Maahs Ferreira), Rebeca 1ª de S.S.Antônio (de Ricardo Mariné, filha de uma F.C.B.), e todas as Jersey do criador pelotense José Antônio “Rosinha” da Rosa: Rose Mistral, Sanalem I Draconis da Cascata, Rolinha Normanthon, Wanléia da Leocardia, Cordélia Sultan da Leocardia e Corruira da Leocardia.

Compradas as vacas Mina, Seara de Santa Inácia, Carmem Silvia de Santa Inácia, Dona Marília Title MD, Dona Robléia Title M.D., Onça do Angico GG Silver Jay e Mineira Fernanda Queen Dalila, alem das excelentes de Renato Jayme Heinz: Amy (filha de Generator e Grande Campeã nas Expoleites de Esteio e Pelotas, 1984) e sua filha aspada Zorita (Reservada de Grande Campeã nas mesmas exposições).
Amy, filha de Generator

Diversas outras matrizes ofertadas em leilões oficiais nas exposições gaúchas eram arrematadas, assim como anualmente adquirido sêmen congelado dos melhores touros para leite e tipo disponíveis no mercado brasileiro, assim como de promissoras aventuras genéticas, principalmente de origem canadense.

           Dissolvida amigàvelmente a parceria, Jorge Burck passou a criar “solo” na propriedade que adquirira em Monte Bonito, Pelotas, e Carlos Guilherme continuou com sua Cabanha Cascalho.

            Em sua trajetória, encerrada por volta de 1993 com a venda de todos os animais durante a expo-feira de Pelotas, as Jersey CATIMBAU conquistaram prêmios e destaque em vendas nas exposições gaúchas em Pelotas, Pedro Osório, Canguçu e Esteio, alem de diversas outras em especial nos estados de Santa Catarina, Pernambuco, São Paulo e Minas Gerais, vencendo concursos leiteiros, grandes campeonatos, campeonatos e reservados de campeonatos, muitas vezes obtendo o título de Melhor Expositor e/ou Melhor Criador.
Catimbau Dacha J80 Generator Briar, uma grande campeã e reprodutora

A orientação dada para os acasalamentos sempre procurou aliar produção com qualidade, mantendo as características físicas desejáveis. As terneiras altas e longilíneas, angulosas, formavam boas vacas.

A diferença entre a “Jersey antiga” e a “Jersey do Catimbau”, pregado por seus proprietários, era:

ANTIGA: pequena vaca produtora do leite de melhor qualidade.
CATIMBAU: pequena vaca produtora de grande quantidade do leite de melhor qualidade.

Manejo simples

Alem de alta produção leiteira e qualidade do aparelho mamário, rusticidade, precocidade, fertilidade e longevidade foram os atributos das vacas escolhidas para a formação das linhagens Catimbau.

Animais muito estilosos manejados sem estabulação, as vacas ordenhadas recebiam complementação de ração e feno/silagem. Os terneiros, até seis meses, tomavam 5 litros de leite no balde, divididos em duas “refeições”, a partir do 3º dia de vida, na segunda semana passando para potreiros exclusivos recebendo, também, ração granulada à vontade e feno de gramíneas ou alfafa de qualidade. As novilhas, inseminadas pela primeira vez entre o 12º e o 18º mês de vida, alimentadas com pastagens e algum concentrado, raramento necessitavam de segunda inseminação. As vacas prenhes, manejadas a campo sem ração até os 60 dias anteriores ao parto, eram separadas do restante do rebanho e convenientemente arraçoadas.
Catimbau Camisola, vendida para Luis Ecktor San Juan, Pacesseter x Title


Atuação em pista

            As Jersey de afixo Catimbau venceram diversas exposições gaúchas, inclusive alguns campeonatos em Exposições Brasileiras na Água Funda-SP, com produtos seus expostos pelos felizes adquirentes. Diversos campeonatos, reservados de campeonatos, grandes campeonatos, reservados de grandes campeonatos e concursos leiteiros foram conquistado pelos animais CATIMBAU em Pelotas, Pedro Osório, Canguçu e Esteio. Melhor Expositor e/ou Melhor Criador, por diversas vezes, foram títulos merecidos nas regiões onde participavam.
Catimbau Embaixatriz, Midnight x Doris Master, alem de grande campeã foi a mãe  de Cascalho Kreta

Destacados clientes

Preços altos nos leilões em Pelotas, Esteio e São Paulo, com alguns recordes, foram conquistados pelos produtos CATIMBAU, destacados em diversos leilões realizados por todo o sul do Rio Grande do Sul, assim como em São Paulo e Minas Gerais.

Vendas particulares para gaúchos, catarinenses, paulistas, mineiros, candangos e pernambucanos, tendo como seus mais destacados compradores Antônio Carlos Pinheiro Machado (SP), José Ronald Bertagnolli (RS), Luis Ecktor de San Juan (SP), Oscar Welker Jr. (SP), Raul Luis Andrade de Carvalho (RJ), Anardino Costa (MG), Kemal Labaki (SP), Carlos Alberto Petiz (RS), Sérgio Guerra (PE), Pedro de Barros Mott (SP), Cezar W.Proença (SP), Antônio Maros (SP), João Souza (SP), Ricardo Mariné (RS), Domingos Trevisan (DF), José Geraldo  (DF), Manoel Acilo de Azambuja (RS), Arnildo Milech (RS), Marcos Pereira RS), Enedi Zanchetti (SC), Francisco Barbosa Coelho (RS), José Carlos e Maria Helena Souza (RS), Sérgio Neves (RS), Sérgio Fernandes (RS), Milton Leal Fernandes (RS), alem de muitos outros.

Alem das PO Catimbau, centenas de animais registrados mestiços e puros por cruzamento (originados das colônias de Pelotas, Pedro Osório e Capão do Leão) para todo o interior gaúcho, catarinense, paulista, cearense e mineiro, muitos deles em vendas oficiais efetuadas para o governo de São Paulo, de Santa Catarina, e do Rio Gande do Sul, visando o abastecimento aos pequenos produtores desses estados e aos programas dos “colonos sem terra”.
Jorge Burck (d) entrega lembrança ao jurado José Flávio Vieira, Esteio